A data prevista era dia 27 de novembro de 2012, mas ela resolveu adiantar 10 dias e chegou no dia 17 de novembro, completando 38 semanas e 4 dias de gestação. Eu queria um parto natural e foi exatamente como aconteceu.
Às 9:00 do sábado dia 17 de novembro acordei e logo percebi que minhas pernas estavam molhadas por um líquido morninho....minha bolsa havia estourado!!! Na mesma hora acordei o Rafael e disse: "nossa filha está a caminho".
Nos levantamos e começamos os preparativos para ir ao hospital. Estávamos super ansiosos, mas fizemos tudo sem pressa. No curso pré-parto aprendemos que não era preciso correr desesperadamente para o hospital caso o líquido da bolsa fosse claro e sem sinais de sangue. Então aproveitamos e tomamos um banho, depois um café da manhã leve, terminamos de fazer nossas malas, e quase 2 horas depois saímos de casa. Fomos de táxi e o taxista que nos levou perguntou se era necessário correr e eu disse "não, por enquanto está tudo tranquilo". Eu ainda não sentia nenhuma contração e nenhuma dor.Às 11:00 dei entrada na maternidade do Hospital La Paz em Madrid. Aguardamos na área da recepção de emergências até ser atendida para os primeiros exames. Me fizeram uma ultrassonografia para comprovar a posição da bebê (a cabeça dela já estava bem encaixada), uma exploração para saber se já tinha dilatação (nenhuma) e um exame de sangue.
Às 12:00 me levaram para a sala de dilatação para monitorar o útero e o bebê. Colocaram o monitor fetal amarrado na minha barriga para controlar os batimentos do coração da bebê e as possíveis contrações.
Às 12:30 fazia 3 horas que a bolsa havia rompido e eu não tinha nenhuma contração, então decidiram induzir meu parto. Colocaram um dispositivo lá dentro da vagina que ia liberar lentamente uma substância para amadurecer o colo do útero e ajudar a desencadear as contrações e dilatação.
Às 13:00 a indução começou a fazer efeito e senti as primeiras contrações. A enfermeira recomendou sair do quarto e dar um passeio pelos corredores da maternidade. O movimento facilitaria a descida do bebê e a abertura do colo do útero. A primeira fase do parto enfim havia começado e eu tinha 1 cm de dilatação.
Às 15:30 me fizeram outro monitoramento com o aparelho para verificar como o útero estava se comportando. De uma hora para outra as contrações aumentaram e eu comecei a sentir uma dor terrível. As contrações vinham a cada dois minutos. Quando eu me recuperava de uma contração logo vinha a próxima. Pedi para o Rafael avisar a enfermeira que eu não aguentava mais de dor e pedi algo para alívio da dor. Mas eu precisava ter pelo menos 4-5 cm de dilatação para receber a anestesia epidural, e eu tinha dilatado apenas 2 cm.
Para aliviar as dores eu tentava fazer as respirações que aprendi no curso pré-parto e segurava firme no braço do Rafael. Mas eu já não suportava mais.
Às 18:00 depois de algumas horas sofrendo com as dores das contrações que vinham a cada minuto, já sem posição nenhuma deitada na cama, nem de pé, sentia uma pressão muito forte, como se fosse a cabeça da Rafaela querendo sair. E era justamente isso que estava acontecendo. Já estava com dilatação total! A enfermeira se apressou e me administrou um enema. Foi questão de minutos para o enema funcionar e em seguida me levaram para a sala de parto.
Às 18:50 entrei na sala de parto e a médica logo me deu duas noticias. Uma boa e uma ruím! A boa era que a cabeça da Rafaela já estava quase para fora, e a ruím é que não era indicado receber a anestesia epidural àquela altura, pois poderia atrasar o trabalho de parto e a expulsão do bebê. Eu precisei decidir se continuava com ou sem anestesia. Eu já estava esgotada com tantas contrações e dores, mas ao mesmo tempo sabia que aquele momento era crucial. Faltava pouco e decidi seguir sem anestesia. Então colocaram um monitor interno para controlar os batimentos da bebê, e um monitor para minhas contrações.
O papai Rafael pôde entrar comigo e acompanhar todo o parto. Ele me apoiou cada segundo, segurou minha mão e me lembrou de tudo que eu precisava fazer. A cada contração um empurrão (uma força sem explicação) e respiração.
Às 19:35 após uns 5 ou 6 bons empurrões nasceu a Rafaela e foi direto para meu colo, ainda conectadas pelo cordão umbilical. Dei um beijo nela e comecei a chorar. Depois cortaram o cordão, extrairam o sangue do cordão para doar, e enquanto esperavam a saída da placenta a levaram para os primeiros exames.
Aquele esgotamento físico havia ido embora e eu já estava pronta para iniciar minha vida de mamãe. E nada melhor do que amamentá-la pela primeira vez, ainda na sala de parto.
O nascimento da Rafaela foi uma experiência mágica e inesquecível, uma mistura de sentimentos, esforço, dores, e realização. Foi um lindo trabalho em equipe, do papai Rafael, meu, das enfermeiras, da médica e da própria Rafaela.
Bem-vinda ao mundo Rafaela, minha querida filha!
E vocês, desejam compartilhar a experiência aqui no blog?