sexta-feira, 22 de março de 2013

MEUS LIVROS DE CABECEIRA DURANTE A GRAVIDEZ

A descoberta da gravidez foi um momento de muita alegria e felicidade, mas também de muitas dúvidas-preocupações-inseguranças-medos. Que cuidados eu precisava ter com meu corpo? Que mudanças iriam ocorrer dentro de mim? Como seria o desenvolvimento do bebê? E depois, o que fazer com o bebê?

Eu não tinha a menor idéia de como seria a gravidez, mas uma coisa eu sabia, que as respostas para as minhas perguntas seriam devidamente respondidas durante os nove meses que eu tinha pela frente.

Comecei a buscar sites e blogs na internet que tratavam dos assuntos gravidez, bebês, mamães, parto, etc. Também descobri alguns aplicativos para IPhone/ IPod que faziam o acompanhamento diário-semanal-mensal de como o bebê estava crescendo e desenvolvendo, e o que acontecia com a mamãe. Gostei bastante do aplicativo chamado “What to Expect – Pregnancy” que mostra um “tracker” diário avisando de quantas semanas estava, qual o trimestre correspondente, o tamanho do bebê (comparando sempre com alguma fruta ou legume) e a contagem regressiva para o grande dia.



Além dos sites e apps, também me diverti lendo alguns livros que ficaram sobre meu criado-mudo durante toda agravidez.



Pela ordem que aparecem na foto (de cima para baixo):

Embarazo – Guía útil: excelente “guía de bolso” sobre a gravidez - ganhei quando comprei o creme anti-estrias chamado “Velastisa” da marca “Isdin”.
El Alfabeto de la Felicidad: guia de produtos da Chicco – me apaixonei por essa marca italiana.
What to Expect When You´re Expecting: ganhei emprestado, em português significa "O que esperar quando você está esperando".
A Bíblia da Gravidez: ganhei de presente minha cunhada Luciana - é super completo e foi muito útil.
Todo para ti y para tu bebé: guia de produtos do “El Corte Inglés” - maior magazine da Espanha que vende tudo para bebês.

Resultado de tanta leitura?

- descobri um novo, imenso e maravilhoso universo de mamães, papais e bebês,
- curti ainda mais a gravidez,
- me dei conta que minha vida seria totalmente diferente (e muito melhor) depois do nascimento da Rafaela,
- me senti preparada (pelo menos em teoria) para receber a Rafaela em meus braços.

Mas nem todas minhas perguntas foram respondidas com as leituras. Também participei de um curso pré-parto pois sentia muita necessidade de conversar com outras mamães na mesma situação que eu. No curso recebi ótimas orientações das matronas (parteiras), as enfermeiras especializadas em obstetricia que trabalham em conjunto com os médicos durante o pré-natal, e que fazem a maioria dos partos naturais aqui na Espanha (inclusive o meu!).  Mas isso é história para outro post.

Depois que a Rafaela nasceu compreendi que a mãe natureza realmente é sábia e generosa. Eu não precisava entrar em pânico ou me desesperar. Dizem que quando nasce um filho nasce uma mãe e um pai. E foi exatamente isso o que aconteceu. Na prática o que funciona mesmo é o amor e carinho. E isso tínhamos preparado de sobra!

quinta-feira, 14 de março de 2013

AS VACINAS DOS DOIS MESES

Finalmente havia chegado o momento que eu tanto esperava: levar a Rafaela para tomar as vacinas dos dois meses de idade. Eu estava com o coração apertadinho só pensando como ela iria reagir às suas primeiras picadinhas. Na verdade ela tomou a primeira vacina de sua vida, da Hepatite B, no 3º dia de vida enquanto ainda estava na maternidade. Mas esta eu não presenciei, então para mim seria uma novidade.

A lista de vacinas foi extensa, nove de uma única vez, três picadinhas nas coxas e algumas gotinhas na boca. A enfermeira nos entregou um frasquinho de plástico com uma das vacinas e me deixou dar as gotinhas. Estava um pouco nervosa e tentei não passar minha ansiedade à pequena. Mas foi tudo muito rápido e sem estrés. Ela chorou um pouquinho, o normal, e depois com uns beijinhos e um colinho se acalmou como num passe de mágica.

A lista completa:

Vacinas obrigatórias:

- Difteria
- Tétano
- Tos ferina (coqueluche)
- H. influenza b (meningite, pneumonia)
- Polio inativada (poliomelite)
- Hepatite B
- Meningococo C (meningite e peneumonia meningocócica)

Vacinas opcionais:

- Neumococo (pneumonia, meningite)
- Rotavírus (diarréia, gastroenterite aguda)

Aqui na Espanha existe um calendário de vacinação recomendado pela Asociación Española de Pediatría. Algumas vacinas são obrigatórias (subsidiadas pelo governo) e outras são opcionais. Com a crise, em 2012, foram retiradas do calendário obrigatório as vacinas antineumocócica (Prevenar 13) e a que protege contra o rotavirus (Rotateq), o que significa que tivemos que pagar do nosso próprio bolso. Para ter uma idéia cada vacina custou em média 75 euros.

Descobri que há algumas diferenças no calendário entre as comunidades autônomas, dependendo do risco e incidência das doenças, mas a grande maioria de vacinas é comum em todo o país. Como exemplo, aqui na comunidade de Madrid a vacina BCG não entra no calendário rotineiro para recém-nascidos pois a taxa de incidência da tuberculose é muito baixa. Diferente do que ocorre no Brasil onde a incidencia é alta. Se eu quiser que ela receba esta vacina antes de viajar ao Brasil, precisarei levá-la em um centro específico de vacinação internacional.

No final foi tudo bem. As vacinas não produziram nenhuma reação indesejada, ela não teve febre, vômito nem alergia. No lugar das picadinhas não ficou inflamado nem dolorido. No dia seguinte ela só ficou mais agitada e chorou um pouco mais que o habitual.

Acho que as picadinhas doeram mais em mim e com certeza eu também choraria mais do que ela.

terça-feira, 5 de março de 2013

"ENGORDADERAS"

Quando a Rafaela estava prestes a completar dois meses apareceram umas “bolinhas” brancas e avermelhadas no rosto. Começou com apenas uma ou duas, e logo foram aparecendo mais e mais, até praticamente cobrir quase todo o rostinho dela, as bochechas, queixo, testa, e perto da orelha.



Como mãe de primeira viagem não tinha nenhuma idéia do que poderia ser e muitas dúvidas começaram a aparecer na minha cabeça. Alergia ao leite artificial que ela toma??? Alergia de contato à maquiagem que uso??? Será que coça??? Ela tem uma pele tão fininha e lisinha...como foi aparecer isso??? E como se trata???

Fomos à pediatra e descobrimos que as tais bolinhas eram na verdade o que se chama acne neonatal, popularmente conhecida aqui na Espanha como engordaderas ou granitos de la leche (porque antigamente se acreditava que estava relacionado com o leite devido a sua cor esbranquiçada).

A pediatra nos orientou que é muito comum nos recém nascidos de um e dois meses de vida, e que não havia necessidade de usar nenhum creme ou pomada pois melhoraria de forma espontânea em 2 a 3 semanas. As bolinhas não coçam e não causam dor ao bebê. Também não é recomendado espremer pois podem deixar marcas, e o pior, podem produzir uma infecção. O melhor cuidado neste caso é manter a pele bem limpa com água.

E foi o que fizemos, esperamos pacientemente que desaparecessem sozinhas, e em 3 semanas o rosto dela estava livre das bolinhas e sem nenhuma marca.

Os hormônios que são transferidos ao bebê através da placenta durante a gravidez são os “culpados” por estimular uma maior produção de gordura pelas glándulas sebáceas, obstruindo os poros da pele do bebê e causando a acne.

Malditos hormônios!!!

sexta-feira, 1 de março de 2013

DOAÇÃO DE SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL

O cordão umbilical é um órgão que transmite os nutrientes e oxigênio que o bebê precisa durante todo o período de gestação, e normalmente é jogado fora quando o bebê nasce, o que é uma pena, pois o sangue do cordão é rico em células tronco e pode ser usado para tratar as doenças da medula óssea.

Quando a Rafaela nasceu optamos por doar o sangue do nosso cordão umbilical a um banco público de SCU (Sangre de Cordón Umbilical) em Madrid.

Os trâmites para a doação foram simples. No dia do parto, quando dei entrada no hospital maternidade La Paz, a enfermeira me entregou um documento com toda a informação sobre o processo, um questionário de saúde (eu precisava cumprir uma série de requisitos médicos) e uma autorização que precisava ser assinada por mim.

O processo para recolher o sangue é totalmente indolor e não traz nenhum risco para a mãe nem para o bebê. O cordão foi cortado logo que dei a luz, com a placenta ainda dentro do útero, e para extrair o sangue realizaram uma punção com uma agulha direto na veia umbilical.

O sangue extraído foi levado a um laboratório para estudo e análise para descartar qualquer processo infeccioso que pudesse ter sido transmitido.

Um mês e meio depois do parto recebi uma carta do Centro de Transfusión de Madrid me agradecendo pela doação e informando que o resultado do estudo realizado estava dentro da normalidade, ou seja, nenhuma patologia foi detectada.

O sangue do cordão ficará armazenado no banco público à disposição de qualquer pessoa do planeta que precise de um transplante e que seja compatível com o sangue.

Interessante como um bebê que mal está chegando a este mundo pode contribuir para salvar uma vida!